quarta-feira, 6 de julho de 2011

A existência da obra da graça de Deus no coração do homem

Lendo o livro "O Peregrino", escrito por John Bunyan, achei mais uma passagem neste livro super interessante que acho que devo dividir com todos. Considero de grande importância (não que os demais conteúdos do livro não sejam) dividir esse conhecimento com você, leitor.

[...]

Loquaz – Então? Que diferença há entre clamar contra o pecado e odiá-lo?

Fiel – Muitíssima. Podemos, por decência, clamar contra o pecado, e não o odiarmos. Tenho ouvido muita gente clamar contra o pecado, até do púlpito, e, não obstante, o toleram bem nos seus corações, nas casas e nas suas vidas. A senhora de Potifar clamou em altas vozes, com a maior energia, como se fosse muito casta (Gênesis 39:15), e, apesar disso, fora ela quem provocara o pecado, e de boa vontade o cometera. Os clamores de algumas pessoas contra o pecado são como os de uma mãe contra o filho a quem repreende, mas que logo beija e acaricia.

Loquaz – Parece-me que quereis apanhar-me nos meus próprios argumentos?

Fiel – Não. Apenas desejo colocar as coisas no seu verdadeiro pé. Dizei agora qual é o segundo ponto com que demonstrais a existência da obra da graça no coração.

Loquaz – Um grande conhecimento dos mistérios evangélicos.

Fiel – Deveis pôr esse em primeiro lugar, mas, ou em primeiro ou em segundo, é sempre falso, porque podemos obter facilmente muitos conhecimentos evangélicos e não termos a obra da graça em nossas almas. Ainda mais, pode um homem possuir toda a ciência, e, apesar disso, não ser coisa alguma, e, portanto, nem filho de Deus (I Coríntios 13:2).

(John Bunyan. O Peregrino. Cap. 12, pag. 52 - versão PDF) 

David Bertoldo

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